
O FC Porto começou a temporada 2009/10 como tinha terminado a anterior: a ganhar. Mais concretamente a ganhar a 16ª Supertaça do seu historial, assegurada com uma vitória sobre o mesmo Paços de Ferreira que já tinha batido na final da Taça de Portugal e que volta a encontrar no próximo fim-de-semana, no arranque do campeonato.

Antes dos golos, durante a primeira hora de jogo, assistiu-se a uma partida aborrecida, equilibrada num domínio inconsequente exercido pelo FC Porto, consentido pelo Paços de Ferreira e marcado por um futebol tão previsível como o final prematuro de um namoro de Verão. Também é verdade que Jesualdo Ferreira não surpreendeu ninguém, a começar por Paulo Sérgio, que sabia exactamente o que esperar de um FC Porto que, apesar dos desmentidos do seu treinador, foi durante toda a primeira parte demasiado dependente das iniciativas de Hulk para ser perigoso.

Jesualdo tentou quebrar o impasse ao intervalo: tirou o médio Belluschi, incapaz de soluções para os problemas causados pela organização defensiva do Paços de Ferreira, recuou Mariano para o meio-campo e acrescentou Farías ao ataque, deslocando Hulk para o lado esquerdo, onde a velocidade do brasileiro podia fazer mais estragos nos duelos com Filipe Anunciação. Na verdade, não foi preciso nada disso para chegar ao golo: bastou Farías forçar Cássio a cometer um erro enorme para o FC Porto chegar à vantagem, reduzindo a estratégia pacense a pó. Claro que o Paços de Ferreira reagiu e, como é evidente, foi durante essa fase que o FC Porto foi mais perigoso, aproveitando os espaços que finalmente apareciam no ataque.

O segundo golo acabou por surgir com naturalidade, embora o voo de Bruno Alves sobre a defesa pacense para cabecear o canto cobrado por Raul Meireles tenha tido qualquer coisa de sobrenatural. Um supergolo a encerrar a Supertaça. Faz sentido.